IDENTIFICAÇÃO:
Colégio Municipal José Mendes de
Andrade
·
Rua Edgar Argolo, 48
– Democracia
Público Alvo:
- 6º
ao 9º Ano
Tempo de duração do projeto:
- I Unidade
Professoras:
- Elania
Silva Ferreira
- Edleusa
Ferreira Lima
- Geneilza Santos
- Noélia
Félix
- Sílvia Santos
Equipe Gestora:
·
Luciene Melo de Araújo (Diretora)
·
Luciana Bidu dos Santos ( Vice-diretora)
·
Caroline Teles ( Coordenadora)
1.
APRESENTAÇÃO
A leitura e a escrita são ações primordiais
no século XXI. Estamos inseridos numa evolução tecnológica que eclode
velozmente e nossos jovens acompanham tais ações. De certa forma, os jovens
leem mais, escrevem mais diante das demandas moderna, contudo, detém atenção
apenas a temáticas que lhes interessam.
Vivemos numa cultura predominantemente
escrita, num mundo permeado por diferentes objetos escritos, impressos ou
virtuais, que exercem sobre nós uma constante interação através da ação
leitora.
Diante desse cenário, nós, educadores
devemos aproveitar tal situação para incentivarmos os jovens adentrar no mundo
da leitura e escrita sistemática, posto que os mesmos têm utilizados tais
práticas, mas informalmente.
Sendo
assim, nasce o projeto: Exepedições Literárias - 100 anos de Dorival Caymmi para incentivar no Colégio José Mendes de
Andrade a leitura e a escrita. Sabe-se que a escola é o local para o
desenvolvimento das potencialidades dos indivíduos que nela ingressam. Ela é o
lugar onde diversas crenças e valores culturais convivem. O aluno não
chega vazio e não precisa ser moldado. Todavia, a formação integral do educando
passa por um bom relacionamento entre a sua comunidade e a escola.
A escola é um ambiente privilegiado por garantir muito contato com os
livros. Entretanto, habilitar-se como leitor depende não apenas das
oportunidades de acesso que se venha a ter aos livros em sua diversidade e
riqueza de quantidade, nem da exercitação e riqueza de quantidade, nem da
exercitação de uma capacidade supostamente especial da interpretação de textos.
Isso vai além. Passar a gostar ou a detestar a leitura, tem a ver com a
qualidade das interações com aquele que media os encontros com os textos e,
também, com as situações em que as leituras ocorrem.
Valorizar o contexto sociocultural dos
discentes é uma forma de estimulá-los de forma agradável, por isso tal projeto
focará em poetas e escritores selecionados pelos educandos e também no poeta,
compositor e cantor “Dorival Caymmi”, grande ícone e referência da cultura baiana. Com uma obra caracterizada pelos temas praianos e músicas que
destacam a beleza de sua terra natal, este grande artista é considerado um dos maiores compositores da música popular brasileira.
Neto de italianos, seu avô veio para o Estado trabalhar na reforma do Elevador
Lacerda, um dos principais cartões postais da capital baiana, Caymmi nasceu em
Salvador no dia 30 de abril de 1914. Sua ligação com a música vem desde a
infância. Seu pai trabalhava como funcionário público e era músico amador,
tocando violão, piano e bandolim, e sua mãe cantava em meio aos afazeres
domésticos.
Além disso, apresentar ou reapresentar
tal artista, neste ano, é uma oportunidade de comemorar seu centenário e ao
mesmo tempo explorar os diversos gêneros textuais: Poemas, Memórias Literárias
e Crônicas na sala de aula, seguindo as orientações das Olimpíadas de Língua
Portuguesa, realizando um trabalho interdisciplinar, que inicia desde a
biografia do poeta, a arte, música, cultura e também a valorização da
comunidade local.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A leitura é um passaporte para a vida.
É uma atividade permanente da condição humana, uma habilidade a ser adquirida
desde cedo e treinada em suas várias formas. De acordo com Freire:
Um leitor
que possui um repertório mais vasto poderá acionar um processo de dialogismo
mais apurado e, portanto, depreenderá muito mais sentidos do texto. Ler é
ampliar a percepção. Ler é ser motivado à observação de aspectos da vida que
antes nos passavam despercebidos. (FREIRE, 1998, p. 18).
Não se forma bons leitores se eles não
têm um contato íntimo com textos. Há diversas formas de realizar tais contatos:
o imprescindível é que o material escrito apresentado aos educandos desperte a
curiosidade deles.
Para Paulo Freire, “um
acontecimento, um fato, um efeito, uma canção, um gesto, um poema, um livro se
acham sempre envolvidos em densas tramas, tocados por múltiplas razões de ser”.
Por esse motivo, um texto deve ser lido a partir de seu contexto, o que inclui
um contexto ainda maior no qual interessa muito mais a compreensão do processo,
em que a circunstância e como as coisas ocorrem, do que o produto final, o
texto em si.
É notório que todo trabalho envolvendo
leitura e escrita precisa apoiar-se ao mesmo tempo em valores didáticos e
pedagógicos numa perspectiva colaborativa tal como preconiza Maria Tereza
Freitas (2003) Nenhum conhecimento é
construído pela pessoa sozinha, mas sim, em parceria com os outros que são os
mediadores.
Partindo dessa premissa, apresentar e
estudar a biografia e a obra de Dorival Caymmi será uma oportunidade ímpar de
realizar atividades contextualizadas e atraentes aos alunos, com utilizações de
todos os recursos disponíveis na instituição escolar.
Ler é, sobretudo, um hábito de quem é
estudante e daquele que aprendeu a ler. A leitura abre espaço para o entender,
aprender e pensar. Aparecida (2012) afirma que:
Ler e escrever são duas aprendizagens essenciais de
todo o sistema de instrução pública. Um cidadão que não tenha essas duas habilidades
está condenado ao fracasso escolar e à exclusão social. (APARECIDA, 2012).
Dante disso, devemos nos atentar à nossa prática educacional para não
corroborarmos com o fracasso escolar e concomitantemente com a exclusão social
que é tão exorbitante no nosso país.
Segundo Cazden (1987 p. 169), leitura é um conjunto de
processos paralelos em interação que atendem simultaneamente a níveis
diferentes da estrutura do texto, é também um processo construtivo. Diz ainda
que a mente dos leitores não é uma tábula rasa na qual o significado das
palavras e orações são passivamente registrados.
Nota-se
que é primordial um trabalho sistematizado levando em consideração tais
práticas. Alguns equivocadamente acreditam que a prática educativa restringe
apenas ao acesso ao código alfabético. Todavia o papel do professor é muito
mais abrangente. Se nos detivermos apenas ao código alfabético, contribuiremos
para a formação de analfabetos funcionais, algo muito comum na nossa
atualidade, alunos que leem, mas não conseguem apreender a mensagem
transmitida. A produção e compreensão de textos vão além do que criar uma
redação a partir de um tema indicado ou realizar uma leitura compartida na
sala. Pois como afirma Aparecida (2012), “A escrita e leitura de textos são
atividades humanas que implicam dimensões sociais, culturais e psicológicas e
mobilizam todos os tipos de capacidade de linguagem”.
Diante disso, nota-se que é por meio da
leitura que o ser humano consegue se transportar para o desconhecido,
explorá-lo, decifrar os sentimentos e emoções que o cercam e acrescentar vida
ao sabor da existência. Pode então, vivenciar experiências que propiciem e
solidifiquem os conhecimentos significativos de seu processo de aprendizagem.
Paulo Freire diz que:
O livro transmite pensamentos, traduz emoções, estimula a imaginação e
o sonho, permite que a vivência cotidiana se transforme em um mundo cheio de
encantos e seduções, dando à vida um sentido intelectual e espiritual de
inestimável valor (FREIRE, 1998, p. 45).
Neste sentido pensamos ser dever, de
nossa instituição de ensino, juntamente com professores e equipe pedagógica
propiciar aos nossos educandos momentos que possam despertar neles o gosto pela
leitura, o amor ao livro, a consciência da importância de se adquirir o hábito
de ler. O aluno deve perceber que a leitura é o instrumento chave para alcançar
as competências necessárias a uma vida de qualidade, produtiva e com
realização. Pois como salienta Freire,
“o gosto e o interesse pelos livros são adquiridos socialmente, apesar de a
leitura ser um ato individual, o contato mais simples possível com livro pode
levá-lo a querer se aprofundar no universo da leitura (FREIRE, 1998, p.38).
Quando o leitor
trava contato com um texto, ele traz para o objeto de leitura as suas
experiências pessoais, as ideologias cristalizadas no seu subconsciente e a sua
leitura de mundo. Essas estruturas, em contato com as estratégias e intenções
narrativas, conduzem o leitor à fruição. Do contrário, a leitura não encontra
no leitor um colaborador.
Ler é
exercitar o discernimento. Quando lemos, colocamo-nos de modo favorável ou não
aos pontos de vista, pesamos argumentos e argumentamos dentro de nós mesmos,
refletimos sobre opções dos personagens ou sobre as ideias defendidas pelo
autor (FREIRE, 1998, p. 58).
É necessário no ato de ler e
compreender os textos, participar criticamente da dinâmica do mundo da escrita
e posicionar-se frente à realidade - esta a finalidade básica que estabelecemos
para as práticas de leitura na escola. Está aí implícita a ideia de que os
professores lançam mão de determinados textos, produzidos por determinados
autores, para instigar e esmerar a compreensão, a crítica e o posicionamento
dos seus alunos. Pois como salienta Freire:
Há,
certamente, os fatores externos, as possíveis estimulações, que são recursos
que podem despertar o interesse para a leitura, numa atitude de curiosidade e
atenção. Não basta a estante com livros, isso não garante a formação de
leitores, e sim as estratégias para desenvolver no leitor o habito da leitura
em seu espaço especial reservado ( FREIRE, 1998, p. 17).
Segundo Cagliari
(1989), "a leitura é a extensão da escola na vida das pessoas. É uma
herança maior que o diploma."
Enfim,
diante das contribuições que o trabalho com a compreensão e interpretação de
textos pode desempenhar, far-se-á um trabalho sistemático para que se possa
ampliar o vocabulário dos educandos, aprimorar a produção textual, com coesão e
coerência e consequentemente, a uma escrita mais elaborada, ou seja,
realizaremos ações que possam corroborar no âmbito escolar e se possível, na
vida.
3.
OBJETIVOS:
3.1 - Objetivo
Geral
·
Estimular por meio de estudos de
biografias e obras de poetas, cronistas e contistas o hábito de leitura e
escrita para estarem continuamente atualizados frente aos desafios e
perspectivas do mundo moderno/contemporâneo, ajudando-os a se tornarem leitores
e escritores;
3.2. Objetivos Específicos:
o
Apresentar biografia e textos de
poetas, contistas e cronistas pré-selecionados pelos educandos.
o
Propor situações didáticas que
garantam, de maneira contínua, a abordagem de gêneros diversos selecionados em
função de temas de estudo e com grau de dificuldade crescente.
o
Oportunizar aos estudantes o
acervo de inúmeras obras literárias de variados autores, buscando sempre,
ampliar seus conhecimentos e suas capacidades criativas;
o
Incentivar o estudante a
compreender e utilizar melhor as regras ortográficas da Gramática Normativa nas
suas produções textuais.
o
Identificar as características
dos gêneros estudados.
o
Produzir e revisar textos em
diferentes gêneros.
o
Trabalhar os conteúdos da unidade
de forma contextualizada.
o
Elaborar telas a partir de
estudos da vida e obra dos artistas estudados.
o
Realizar estudos históricos e
geográficos da vida e obra de Dorival Caymmi para exposição.
4. CONTEÚDOS:
•
Biografia de poetas, contistas e
cronistas.
•
Leitura
•
Procedimentos de leitura;
•
Conceito e características dos
poemas, contos, memórias, crônicas e literatura de cordel;
•
Produção de textos;
•
Revisão de textos;
•
Pontuação.
•
Morfossintaxe.
•
Coesão e coerência.
•
Os Conectivos,
5. ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS:
·
Aulas expositivas;
·
Leitura e análise de poemas, contos e
crônicas de autores reconhecidos;
·
Abordagem dos conteúdos com base nas leituras
e produções textuais;
·
Propostas de pesquisas dos gêneros textuais
em livros, revistas, internet;
·
Utilização de filmes e músicas para explorar
os conteúdos de forma contextualiza.
·
Confecção de painéis partindo de atividades e
temas dirigidos;
·
Realização de oficinas crônicas, poemas e
contos
·
Atividades de leitura silenciosa e em voz
alta de diferentes tipos de textos.
·
Apresentações e dramatizações na culminância
do projeto.
·
Realização de estudos históricos e
geográficos dos poetas, contistas e cronistas brasileiros.
·
Criação de telas ilustrando as paisagens
retratadas nas músicas de Dorival Caymmi.
·
Elaboração de livros a partir dos gêneros
estudados.
Atividades Transdisciplinares:
História:
Biografia de Caymmi e contexto histórico ( 1914) I guerra Mundial e movimentos ocorridos nesse
século.
Geografia:
Estudo geográfico do estado da Bahia ( clima, relevo, vegetação e etc.)
Artes:
Interpretação das músicas por meio de telas.
Português:
Interpretação das músicas e elaboração de poemas a partir das mesmas.
Inglês:
elaborar poemas em inglês.
6. RECURSOS:
Livros literários, livros infanto-juvenil, revistas, jornais,
caixinha de leitura, data show, computador, cartolinas, telas, tinta guache,
lápis de cor, piloto, fita adesiva, televisão, DVD.7.
7. CRITÉRIOS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO:
A
avaliação é uma ação de extrema relevância posto que nos dá subsídios para
analisarmos se a proposta almejada foi alcançada ou não. Diante disso, vê-se a
necessidade dessa prática ser realizada em todo o decorrer do projeto, para
que,caso haja necessidade de reformulação de atividades ou discussões, isso
ocorra sem prejudicar o processo ensino-aprendizagem. Por isso, em toda a
aplicação desse projeto serão analisados os seguintes aspectos:
·
A participação e o interesse de
cada aluno nas tarefas de leitura tanto individuais, quanto coletivas.
·
Na clareza e organização dos textos escritos e
orais e o modo de exposição dos resultados nas apresentações das atividades
propostas com base nas noções e conceitos construídos ao longo do projeto.
·
Nas pesquisas realizadas e nos
trabalhos em grupos.
8.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS:
BRASIL.
Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetros
Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa. Brasília: MEC/SEF, 1997.
LAGINESTRA, Maria Aparecida & Pereira, Maria Imaculada. Olimpíadas de Língua Portuguesa: Escrevendo
o futuro. São Paulo: Cenpec, 2012. (Coleção da Olimpíada).
Freire, Paulo
(1927-1997). A importância do ato de
ler: em três artigos que se completam/ Paulo Freire-36. Ed. - São Paulo:
Cortez, 1998.
BORGATTO,
Ana Trinconi, Bertin, Terezinha & Vera Marchezi. Projeto Teláris: Língua Portuguesa: 7º, 8º,9º anos – 1ª edição. –
São Paulo: Ática, 2012.
OLIVEIRA, Gabriela Rodella, Flávio Nigro
Rodrigues, João Campos Rocha Português:
A arte da palavra, 7º ao 9º anos, São Paulo:Editora AJS Ltda, 2009.
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