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segunda-feira, 10 de agosto de 2015

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO - 8º ANO

                                            ESOPO

Esopo era um escravo de rara inteligência que servia à casa de um conhecido chefe militar da antiga Grécia. Certo dia, em que seu patrão conversava com outro companheiro sobre os males e as virtudes do mundo, Esopo foi chamado a dar a sua opinião sobre o assunto, ao que respondeu seguramente:


-- Tenho a mais absoluta certeza de que a maior virtude da Terra está á venda no mercado.


-- Como? – perguntou o amo, surpreso – Tens certeza do que estás falando? Como podes afirmar tal coisa?


-- Não só afirmo, como, se meu amo permitir, irei até lá e trarei a maior virtude da Terra.


Com a devida autorização do amo, saiu Esopo e, dali a alguns minutos, voltou carregando um pequeno embrulho. Ao abrir o pacote, o velho chefe encontrou vários pedaços de língua e, enfurecido, deu ao escravo uma chance para se explicar.


-- Meu amo, não vos enganei – retrucou Esopo --- A língua é, realmente, a maior das virtudes. Com ela podemos consolar, ensinar, esclarecer, aliviar e conduzir. Pela língua os ensinos dos filósofos são divulgados, os conceitos religiosos são espalhados, as obras dos poetas se tornam conhecidas de todos. Acaso podeis negar essas verdades, meu amo?


-- Boa, meu caro – retrucou o amo – Já que és desembaraçado, que tal trazer-me agora o pior vício do mundo?


-- É perfeitamente possível, senhor. E com nova autorização de meu amo, irei novamente ao mercado e de lá trarei o pior vício de toda Terra.


Concedida a permissão, Esopo saiu novamente e dali a minutos voltava com outro pacote, semelhante ao primeiro. Ao abri-lo, o amo encontrou novamente pedaços de língua. Desapontado, interrogou o escravo e obteve dele surpreendente resposta:


-- Por que vos admirais de minha escolha? Do mesmo modo que a língua, bem utilizada, se converte numa sublime virtude, quando relegada a planos inferiores, se transforma no pior dos vícios. Através dela tecem-se as intrigas e as violências verbais. Através dela, as verdades mais santas, por ela mesma ensinadas, podem ser corrompidas e apresentadas como anedotas vulgares e sem sentido. Através da língua, estabelecem-se as discussões infrutíferas, os desentendimentos prolongados e as confusões populares que levam ao desequilíbrio social. Acaso podeis refutar o que digo? – indagou Esopo.


Impressionado com a inteligência invulgar do serviçal, o senhor calou-se, comovido, e, no mesmo instante, reconhecendo o disparate que era ter um homem tão sábio como escravo, deu-lhe a liberdade.


Esopo aceitou a libertação e tornou-se, mais tarde, um contador de fábulas muito conhecido da Antiguidade, cujas histórias até hoje se espalham por todo o mundo.
(Autor desconhecido)

1) Essa narrativa tem como protagonistas:
a-( ) o amo e o patrão
b-( ) o chefe militar e o escravo
c-( ) o companheiro e o patrão
d-( ) o servo e o escravo

2) A passagem “indagou Esopo” pode ser escrita, mantendo-se o mesmo sentido, como:
a-( ) respondeu Esopo;
b-( ) percebeu Esopo;
c-( ) perguntou Esopo;
d-( ) assegurou Esopo;

3) Segundo o texto, a língua tanto serve para as virtudes quanto para os vícios do mundo. Como exemplo de virtude e vício, respectivamente, podem-se citar:
a-( ) ensinamentos filosóficos e conceitos religiosos;
b-( ) discussões infrutíferas e obras literárias;
c-( ) rede de intrigas e desentendimentos;
d-( ) ensinamento das verdades santas e criação de anedotas vulgares;

4) Em “impressionado com a inteligência invulgar do serviçal...”, o adjetivo destacado significa:
a-( ) rara
b-( ) medíocre
c-( ) impopular
d-( ) respeitosa

5) Em “Já que és desembaraçado, que tal trazer-me agora o pior vício do mundo?”, a oração destacada tem o sentido de:
a-( ) finalidade
b-( ) condição
c-( ) causa
d-( ) consequência

6) De acordo com o texto, quando a língua é mal utilizada, intrigas e violências verbais podem ser:
a-( ) confrontadas
b-( ) armadas
c-( ) superadas
d-( ) rejeitadas

7) Em “por ela mesma ensinadas...”, a palavra destacada está no feminino plural em concordância com:
a-( ) “violências”
b-( ) “anedotas”
c-( ) “verdades”
d-( ) “discussões”

8) Em “Ao abri-lo”, o pronome foi usado para substituir a seguinte palavra:
a-( ) pacote
b-( ) amo
c-( ) primeiro
d-( ) Esopo

9) O sentido de negação, em determinadas palavras, é dado por prefixos, como em:
a-( ) “impressionado” e “intrigas”
b-( ) “infrutíferas” e “desentendimentos”
c-( ) “desapontado” e “inteligência”
d-( ) “interrogou” e “ensinadas”

10) Nessa história, a libertação do escravo se deve ao fato de Esopo:
a-( ) fazer boas compras
b-( ) ser educado
c-( ) falar muito bem
d-( ) ter grande sabedoria

Fonte: 
http://www.analisedetextos.com.br

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